Entrevista a Nuno Farelo

O nosso diretor de Comunicação do FC Infesta, Filipe Dias, em conjunto com o Jornal de Matosinhos, entrevistaram o antigo atleta e treinador de andebol do FC Infesta, Nuno Farelo que vai iniciar uma aventura na Bielorrússia, depois de passar pela Polónia, Roménia e Espanha. A cidade de São Mamede de Infesta, tem sido um viveiro de vários atletas de grande qualidade de Andebol, a atuar nos grandes palcos nacionais e internacionais. Recentemente, há também uma nova vertente na modalidade que também está a “dar cartas” lá fora. Nuno Farelo de 31 anos, é um jovem técnico que tem uma ligação à modalidade desde os 6 anos de idade. Fez toda a sua formação no FC Infesta e aos 21 anos, mudou de ares, terminando a sua carreira de andebolista dois anos mais tarde, dando primazia à carreira de treinador. Conquistou vários títulos no Infesta, onde se destacam o titulo nacional da 2ª Divisão de juniores e o da 3ª Divisão em seniores. Nestes 8 anos como técnico, venceu trofeus, experimentou vários países e vai vivenciar esta temporada, um novo projeto na Bielorrússia, onde irá competir na Liga dos Campeões de Andebol. Quem é o Nuno Farelo? Sou um jovem de 31 anos, natural de S. Mamede de Infesta. A nível académico, tenho uma Licenciatura em Ciências do Desporto com especialização em Metodologia de Treino em Andebol e uma Pós-graduação em Alto Rendimento Desportivo com a mesma especialização na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP). Relativamente à minha formação específica na modalidade detenho o grau de Master Coach, o mais elevado no panorama Mundial. No âmbito profissional, tenho a possibilidade de realizar o que mais gosto me dá: Ser Treinador de Andebol. Nas últimas épocas desportivas tive a oportunidade de trabalhar em alguns clubes no estrangeiro, nomeadamente na Polónia, Roménia e Espanha. Sendo natural de S. Mamede de Infesta, como surgiu o Andebol e o Futebol Clube de Infesta? Falar de como surgiu o Andebol para mim é naturalmente falar do Futebol Clube de Infesta. A história de como começo a jogar andebol é cómica e ainda hoje quando a conto, faço-o com um sorriso. Penso que andava no 1.º ano escolar e praticava natação nas piscinas de S. Mamede (perto do FC Infesta). Nessa altura o edifício começou a ter remodelações e ficou fechado. Consequentemente os meus pais começaram a procurar alternativas para a prática desportiva e por acaso, num dia de aulas, o departamento de andebol do clube foi fazer uma breve apresentação sobre a modalidade e o clube. Na apresentação estavam alguns atletas juniores e treinadores que falaram um pouco da realidade do Infesta e entregaram-nos uma folha A4 com informações do clube e as principais regras de andebol. No final da apresentação, lançaram-nos um desafio que consistia em pintar desenhos temáticos na folha A4 que nos entregaram e, posteriormente, realizar um treino no clube. Informaram-nos ainda que iriam entregar um prémio ao atleta que melhor pintasse a folha. Digo sempre a brincar que estive no clube dos 6 aos 21 anos e nunca mais soube dos resultados desse desafio. Falando dos motivos basilares que me levaram a continuar ligado ao FC Infesta, não abordando o aspeto do prémio que nos tinham prometido, foi sem dúvida o ambiente que se vivia no clube. Muitos colegas de turma praticavam a modalidade, o facto de o pavilhão estar perto das escolas facilitava em muito o nosso transporte para o pavilhão e depois as boas e possíveis condições que o clube oferecia, principalmente na qualidade dos recursos humanos (dirigentes e treinadores). Como vês, uma cidade como S. Mamede com tanta qualidade no Andebol (Infesta e Académica com vários títulos e atletas nas principais divisões e até internacionais)? Na minha opinião, a cidade de São Mamede de Infesta tem um potencial enorme para a modalidade e estes dois clubes fizeram/fazem um excelente trabalho na promoção e desenvolvimento da mesma. Apesar de todas as dificuldades inerentes que as modalidades amadoras têm passado, o Infesta e a Académica, souberam manter-se dentro das suas realidades desportivas e formaram excelentes ativos para a modalidade e para sociedade. Com o Infesta venceste vários troféus, inclusive um título nacional da 2ª Divisão em Juniores e da 3ª Divisão Nacional em seniores, foi importante para ti o Infesta no teu percurso? O Desporto é único na educação e desenvolvimento de um espírito de cooperação e competição saudável entre os seus praticantes. A prática desportiva deve ser apoiada e encorajada e entendida como uma oportunidade de desenvolvimento físico, intelectual e social. O FC Infesta como um clube exemplar que promove o desporto, soube-me transmitir todos os seus princípios. Para além de me ter formado como Homem, tive também oportunidade de ganhar alguns títulos que apenas foram o reflexo do excelente trabalho que fomos desenvolvendo durante vários anos. Apesar disso, o melhor que “herdei” do clube foram as amizades que ainda hoje partilho e as extraordinárias vivências que o clube me proporcionou. Como surgiu a oportunidade de seres treinador? Pelo que sei, ainda júnior começaste a treinar os minis… O convite surgiu pelo Coordenador da formação do clube. Na altura tinha entrado na Faculdade de Desporto e fui convidado para ser treinador adjunto do escalão de Minis. Recebi o convite com agrado e rapidamente aceitei. Um facto interessante foi ter ido trabalhar com um treinador que tinha sido meu treinador de Infantis e Iniciados, o Miguel Simões. Em 2012, foste para o FC Porto treinar os infantis, como surgiu esse convite? Esse foi o ano em que tinha saído do FC Infesta, e nessa época desportiva tinha ido jogar e trabalhar como treinador para o Académico FC. Apesar de no início da época ter estado a trabalhar como treinador principal na equipa juvenil, percebi que o clube estava a passar uma restruturação diretiva e tendo pontos de vista distintos, decidi terminar a minha relação como treinador. O convite do FC Porto surge passado umas semanas, sabendo que estava livre e que eles procuravam um treinador para as equipas

Academia de Futebol
Sérgio Marques