O novo “homem da nau infestista”, teve uma carreira como futebolista ao mais alto nível.

António José Faria Formoso, mais conhecido na gíria futebolística como Formoso, o homem que despontou no Infesta, deu-se a conhecer no Braga e jogou ao mais alto nível no Boavista. Esteve quase para jogar no gigante Benfica. Chegou a ser capa de jornais desportivos, devido ao seu fortíssimo remate de pé esquerdo e excelente visão de jogo. Hoje, é treinador do Infesta, um clube que muito lhe diz e quer nesta temporada, fazer uma época tranquila.

Quem é o António Formoso?

Eu comecei muito novo a jogar futebol. Com seis anos fui para um clube de um bairro na Póvoa do Varzim onde participei em vários torneios e num deles, dei nas vistas e fui chamado para as escolinhas do Varzim que foi onde iniciei toda a minha formação como futebolista. Quando subi a sénior, tive quase para representar o Infesta mas o Varzim não deixou e eu e mais cinco colegas fomos jogar para o Gouveia que estava na 3ª Divisão Nacional. Depois, nessa temporada, houve uma eliminatória para a Taça de Portugal, em que o Gouveia recebeu o Infesta e no final do jogo, o mister Mata e o Sr. José Salgueiro, questionaram-me qual a possibilidade de vir jogar para cá, eu respondi que estava disponível para falar e num fim de semana em que tinha vindo a casa, pois Gouveia ficava muito longe, aproveitei para vir falar com o mister Mata e o presidente Manuel Ramos e chegamos a acordo para na temporada a seguir, vir representar o Infesta. Estive três anos maravilhosos no Infesta, é um clube que me diz muito e foi onde eu dei o salto como profissional de futebol. Fui para o Gil Vicente onde também tive um ano muito bom, depois representei o Braga durante duas temporadas onde joguei uma final da Taça de Portugal contra o FC Porto e a final da Supertaça contra o mesmo clube, joguei também na Taça UEFA pelo Braga e no ano seguinte, na Taça das Taças. Depois fui para o Boavista onde tive a felicidade de jogar na Liga dos Campeões. Seguiu-se o Santa Clara, Paços de Ferreira, Ovarense, Vizela, Lixa, Joane, seis anos no Esposende e terminei a carreira no Salgueiros 08.

Recordo-me que quando jogava no Braga, houve umas notícias onde se dava conta da sua transferência para o Benfica…

Sim, cheguei a ter um pré-acordo com o Benfica, mas infelizmente o Braga e o Benfica não chegaram a acordo e a transferência não se concretizou. Já tinha tudo acordado com o Benfica, já tinha casa, etc… só faltava mesmo assinar, mas não aconteceu.

Este ano, é o primeiro em que vai treinar uma equipa sénior?

Não, já treinei o Balasar na AF Porto há uns anos atrás. Depois treinei nas camadas jovens no Salgueiros 08 e o ano passado, era adjunto do Jorge Bastos nos iniciados e depois passei a treinador principal dos juvenis onde conquistamos a Taça Óscar Marques.

O que é que o Infesta representa para o Formoso?

É um clube que me diz muito, é um clube onde toda a gente gostava de ter jogado, porque dá a imagem de estabilidade e de uma harmonia familiar. Eu joguei aqui há 20 anos atrás e hoje, ainda encontro pessoas que estavam cá e que hoje continuam a fazer parte do clube. Eu cheguei a este clube, um miúdo e sai daqui um homem feito. Por isso é que aceitei o convite o ano passado, para jogar nas velhas guardas do clube porque tinha pessoas como o Sérgio Nora e o Moura que me ajudaram bastante no futebol, e aos quais tive de reconhecer tudo aquilo que fizeram por mim. É um clube único.

Foi fácil chegar a acordo para ser o novo treinador dos seniores do Infesta?

Inicialmente até pensei que o convite do Sr. Jorge Amaro e do Sr. Teixeira era brincadeira, porque pensei que me iam convidar para continuar a treinar os juvenis… Mas aceitei sem hesitar. Foi fácil chegar a acordo.

Como é que o Formoso vê as diferenças entre o Infesta dos anos 90 quando cá jogou e o atual Infesta?

É evidente que fico triste com toda esta situação que o clube está a passar. Nunca pensei que o Infesta ia chegar a este ponto e lembro-me bem do que se falava o ano passado em que o Infesta estava prestes a fechar as portas. Felizmente que isso não aconteceu, graças a um grupo de homens que decidiram segurar o clube. Mas também digo que seria muito mau, tanto para os sócios ou até para os adeptos do futebol, não ter o Infesta a competir no futebol sénior. Claro que gostava que o Infesta estivesse na 2ª Divisão, mas há que olhar em frente e encarar o futuro que é o mais importante.

Relativamente ao Infesta 2013/14, como é que formou esta equipa técnica?

Não foi difícil, o professor André Gonçalves, já esteve comigo no Balasar. É uma pessoa da minha inteira confiança, responsável por aquilo que faz e é uma mais-valia para mim e para o clube. O Nelson, é uma pessoa que conhece os cantos à casa e que conhece muito bem o balneário e o mister Zé Augusto, já esteve comigo o ano passado e penso que também é uma mais-valia para treinar os guarda-redes.

Já fez quatro jogos actualmente na pré-temporada, que balança faz para já desta equipa?

Tenho que agradecer aos jogadores pela atitude fantástica que têm tido. Nas circunstâncias em que está o clube a nível financeiro, temos conseguido construir uma equipa, com muita humildade, jovens com muito valor que com mais dois ou três experientes que é o caso do Vitinha, do Jorginho e do Sérgio Leite, formam um plantel bastante bom. Penso que de jogo para jogo, temos vindo a melhorar e toda a gente vê isso.

Esta aposta na juventude, não é demasiado arriscada?

Todos temos que correr riscos nesta vida. Da maneira como o clube está financeiramente, não está fácil arranjar jogadores com mais experiencia. Mas estou muito satisfeito com estes jogadores. São rapazes com muita qualidade e são jogadores que querem mostrar essa qualidade e por isso mesmo eu estou bastante confiante. Acho que podemos fazer um campeonato tranquilo.

E em relação aos guarda-redes? São todos 3 ex-juniores…

Dois guarda-redes já os conhecia, pois acompanhava os juniores e sei bem do valor deles. Sinceramente não me preocupa a questão da baliza…

Relativamente ao plantel, o Infesta ainda procura jogadores nesta altura da temporada?

Sim, a prioridade é um defesa central com mais experiencia, embora precise de dois centrais. Mas pelo menos um, tem de ser bastante experiente. E depois, tentar procurar um ponta-de-lança. Mais dois, três reforços, não mais que isto!

E o campeonato, como é que o Formoso vê esta prova com 20 equipas?

Eu vejo este campeonato como uma 3ª Divisão Nacional. Embora haja esta nova forma de ser apenas equipas da AF Porto, há muitas equipas que são de 2ª e 3ª Divisão como o Padroense, Lousada ou o Lordelo. Mas penso que de todas elas, o Infesta é claramente a equipa com mais nome porque jogou quase sempre na 2ª Divisão e tirando o Leça que já esteve na 1ª Liga, o Infesta acaba por ser a equipa com mais nome. Mas penso que vai ser um campeonato bastante competitivo com muitos jogos e que o Infesta vai fazer um campeonato tranquilo.

Quais acha que vão ser as grandes favoritas a subir de divisão?

Eu não me preocupo com as equipas adversárias. Preocupo-me sim com a minha equipa. Se a equipa adversária tem o jogador A, B ou C, nós também os temos pois jogamos 11 contra 11. Mas é claro que sabemos que o Padroense é a equipa que neste momento está a apostar mais para subir.

O primeiro jogo oficial aproxima-se, é já contra o Padroense. Do que espera desse jogo?

Esperamos fazer um bom jogo, sabemos que é um dérbi, entre duas equipas que o ano passado estavam a competir na 2ª Divisão Nacional. Sabemos que vai ser um jogo bastante difícil, pois o Padroense tem alguns jogadores de muita qualidade como por exemplo este atleta que estava no Boavista. Mas eu estou convencido que vamos fazer um excelente jogo e que vamos conseguir a vitória.

Quer aproveitar para deixar uma palavra aos adeptos do Infesta?

Sim, quero aproveitar para lhes dizer para virem apoiar mais o clube, nesta fase difícil que está a atravessar, pois o apoio deles é muito importante e que nós prometemos que daremos o nosso melhor em campo.

Filipe Dias

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