José Guimarães Teixeira, é o rosto do principal patrocinador do Infesta.

Nos anos 70/80, evidenciou-se no sector defensivo do Infesta. Enquanto jogava, formou-se em Economia e passou a integrar os quadros administrativos da MABERA, empresa têxtil do seu sogro, o presidente do Infesta, Manuel Ramos. Desde há três anos que a BRALI, entrou no mundo infestista, com a publicidade nas camisolas.


A BRALI é a principal patrocinadora do Infesta. Fale-nos um pouco desta empresa…

A BRALI é uma empresa fundamentalmente financeira que apoia instituições comerciais, como um facilitador de negócio, dando-lhes a liquidez necessária aos projectos industriais que essas empresas desenvolvem. A BRALI está vocacionada para financeiramente, atendendo à conjuntura da grande diversidade pelo menos em termos financeiros, que todos estão muito carentes, tentar facilitar esses negócios em termos industriais a essas instituições.

Esta ligação, vai para a terceira temporada consecutiva e está ligada positivamente às duas subidas de divisão do clube. Como é que vê esta coincidência?

É uma feliz coincidência e a BRALI que pretende ser uma empresa ganhadora, que cria condições para que todos ganhem com o projecto, faz parte da nossa missão, proporcionar negócios rentáveis e distribuir os resultados por todos os agentes envolvidos, é particularmente agradável esta circunstância de pretendermos ser uma empresa ganhadora e patrocinar o Infesta que também foi nestas épocas, ganhador.

Este mediatismo, acaba por também dar uma certa projecção à empresa…

Especialmente para quem está envolvido na BRALI e que tenha uma afectividade especial ao clube, como é o meu caso e da família, naturalmente que nos dá prazer ver esse mediatismo, fundamentalmente para desfrutarmos pessoalmente dessa situação. Em termos de negócio, não promove muito porque a BRALI não é uma empresa vocacionada para o público, até como empresa financiadora, era mais importante as empresas industriais que estão associadas, que tivessem essa projecção. Mas em termos pessoais, é agradável e gratificante continuar a patrocinar o Infesta.

Como é que vê a actualidade da equipa sénior neste momento?

Tenho acompanhado a equipa com alguma regularidade e vejo que tem tido algumas infelicidades em alguns jogos que já realizou, pois está quase a ganhar ou empatar e parece que o campo se inclina e perde. Penso que perdeu quase todos os jogos por apenas um golo de diferença e no futebol, é como na vida, às vezes é determinado por pequenos detalhes e penso que também tem faltado ao Infesta nestes jogos, o pormenor que lhe daria a diferença para pontuar. Noto a equipa empenhada, muito motivada e com grande solidariedade, disponível para lutar, mas tem faltado esse factor, aliado à falta de sorte que são pequenas questões que muitas vezes se decidem em jogos de grande equilíbrio.

Acredita que a equipa vai conseguir inverter esta tendência?

Acredito que a equipa tem condições para inverter esta má fase, embora o campeonato seja muito competitivo com equipas muito equilibradas.

Recentemente, o Ely deixou o Infesta para ir jogar para o Fátima, acha que o Infesta pode sair prejudicado com esta saída?

Não sabia que ele tinha saído mas, pelo que vi o Ely tinha competência e acrescentava valor à equipa. Com a saída dele, a equipa perde alguma coisa, mas enfim, também é um pouco discutível pois um jogador que até esteja a ser menos utilizado, num momento de inspiração consegue fazer melhor que o outro, mas o importante é que na equipa, tanto os jogadores, como a equipa técnica e a direcção, estejam unidos e que acreditem que as vitorias vão aparecer.

Acha que a equipa vai conseguir a manutenção?

Tem condições para isso. Às vezes os pequenos detalhes é que determinam o sucesso ou o insucesso. É necessário é que a equipa mantenha o espírito que se tem visto, empenhada, lutadora mas esses pequenos factores, incontroláveis e imprevisíveis, é que acabam por ditar os resultados e o Infesta tem tido muito azar nesse sentido.

O Dr. Guimarães é uma presença assídua nos jogos do Infesta de há muitos anos, como é que tem visto este desinvestimento progressivo todos os anos?

O Infesta tem estado a esse nível, em consonância com o país e o Infesta tem a particularidade de ter uma dependência excessiva dos meios financeiros que o presidente disponibiliza. As receitas são cada vez mais escassas, para as necessidades que um clube com a dimensão do Infesta tem, para ocorrer à sobrevivência normal em termos de manutenção dos jovens que praticam desporto, dos custos inerentes à actividade, dos equipamentos, empregados, ou seja, é uma exigência significativa, estando exclusivamente dependente do presidente. Como sabemos o presidente Manuel Ramos está no cargo há já muitos anos, tem disponibilizado muitas centenas de milhares de euros para o clube, num espírito de grande mecenato e isso também, pela idade e pelo tempo em que estamos a passar, presumo que se sentirá já um pouco agastado e com menos condições para continuar a disponibilizar os meios que tem disponibilizado.

Como se sabe, este é o último ano do presidente Manuel Ramos no cargo, o que acha que vai acontecer ao Infesta daí para a frente?

Acho que o presidente Manuel Ramos, fundamentalmente por condições físicas, não terá possibilidade de continuar. Nota-se claramente que há alguma debilidade significativa e o entusiasmo que o caracterizava, está actualmente muito reduzido. Penso que deve afastar-se em termos formais do clube das responsabilidades que tem neste momento. Em termos de futuro, espero obviamente que, pelo que o clube representa em termos sociais para a cidade de São Mamede de Infesta e pela quantidade de jovens que se envolvem na pratica do desporto, tanto no futebol como no andebol, que quem puder ajudar a que isso se mantenha que ajude pois com a retirada do presidente, o Infesta terá que procurar dentro da direcção alguém que tenha a disponibilidade e competência para assegurar a continuidade do clube dentro dos valores e da tradição que o clube tem, obviamente com um orçamento mais reduzido pois não haverá outras pessoas com a disponibilidade financeira para ajudar como o presidente tem feito mas, as pessoas que liderarem o clube terão que perceber as contas que tem, o orçamento que tem e decidir em função disso.

Há cerca de um ano, na entrevista que o presidente Manuel Ramos deu ao site do Infesta, ele falou na sua pessoa para o substituir no cargo. É uma hipótese que poderá acontecer?

O Infesta é um clube que por razões familiares e que acompanho desde muito jovem, me liga grande afectividade. Não perspectivo assumir essa liderança por questões fundamentalmente profissionais, embora estarei sempre disponível como ate aqui, para apoiar financeiramente e presencialmente, quem vier a assumir a responsabilidade do clube. Entendo que pelas responsabilidades que tenho em termos empresariais que iria dificultar conciliar a vida profissional com a liderança do clube. Acho que uma liderança exige muita presença e proximidade, motivação e de facto acho que não teria condições para o fazer. Mas quem assumir essa responsabilidade pode contar comigo para apoiar financeiramente.

Filipe Dias

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